Por Henrique Wagner
(…) um filme com lances a um só tempo de maturidade e força de juventude, de ousadia ao fazer uso desse ou daquele procedimento, sempre “corrigido” pelo bom senso, pelo comedimento, pela ideia de harmonia estética.
O tema é autoevidente e um velho truísmo dentro daquilo a que se convencionou chamar “questão social” e que se tornou cavalo de batalha de todo partido progressista brasileiro – não por acaso algumas cenas, sobretudo as que nos mostram imagens subitamente congeladas, em preto e branco, nos levem a pensar, imediatamente, em propaganda política de ano eleitoral –, mas o procedimento é invulgar, e faz com que o “objeto de estudo” do curta Muros [site do filme], de Fabrício Ramos e Camele Queiroz, acabe se tornando – e isso não é exatamente bom em um filme como esse, eminentemente “político” – um pano de fundo para quem tem um…
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