# ATENÇÃO
Devido a problemas técnicos, o número do celular para contato com o Cine Odé e informações sobre a Van mudou. Passou a ser: (73) 98233-0022.
A última edição do Cine Odé – Cinema no Terreiro, que seria em junho, será no início de julho: dias 2 e 3 de julho (sábado e domingo, respectivamente), sempre às 17h.
A Mostra acontece no Terreiro de Odé em Ilhéus/Ba. Fundado por Pai Pedro Faria em 1942, o terreiro fica no Bairro Alto do Basílio. O Cine Odé, que começou em janeiro e se encerra nesta última sessão, tem a proposta de tornar o Terreiro de Odé um espaço cultural voltado para o cinema, promovendo sessões mensais gratuitas que estimulam a valorização e o conhecimento das culturas religiosas brasileiras de matrizes africanas e indígenas. Os realizadores e curadores da mostra são Fabrício Ramos e Camele Queiroz, cineastas independentes baianos que escolheram exibir uma ampla e diversificada cinematografia baiana e brasileira, que inclui desde filmes consagrados até realizações independentes descobertas na internet.
FILMES DE JULHO
Sábado, dia 2, às 17h:
“AS CRUZES E OS CREDOS” (29min, 2014)
No sábado, dia 2 de julho, será exibido especialmente o filme “As Cruzes e os Credos“, dirigido por Fabricio Ramos e Camele Queiroz, realizadores do Cine Odé. O curta, gravado em boa parte no próprio Terreiro de Odé, parte de duas mortes para revelar um encontro inesperado com a vida, através do sagrado, do mistério e da Fé. Um DVD do filme será sorteado entre os presentes na sessão. “As Cruzes e os Credos” participou de festivais de cinema na Colômbia, na Bolívia, na Argentina e, na Bahia, participou do V FECIBA – Quinto Festival de Cinema Baiano, em 2015. Saiba mais sobre o filme no site do curta: clique aqui.
“EXU ALÉM DO BEM E DO MAL” (23min, 2013)
Antes da exibição de As Cruzes e os Credos, no mesmo sábado (dia 2), será exibido o curta “Exu Além do Bem e do Mal“, dirigido por Werner Salles Bagetti. O filme realiza uma imersão poética no tema Exu, um dos Orixás mais controversos. A câmera passeia pela cidade e captura silêncios, semblantes e vazios, antes de mergulhar no transe dos terreiros de Candomblé, Umbanda e Jurema Sagrada em celebração a Exu. Em paralelo, um discurso polifônico é construído com as vozes de especialistas do tema, em Alagoas e Pernambuco. Entre os entrevistados estão os babalorixás Manoel Papai, Pai Célio de Iemanjá, Pai Manoel do Xoroquê e o antropólogo pernambucano Roberto Motta. O projeto do filme foi contemplado no 2º Edital de Fomento à Produção Audiovisual de Alagoas em 2012.
Legba, Bará, Eleguá, Tranca-rua, diabo, capeta… Exu é um dos orixás mais controversos da cultura afro. Interpretado muitas vezes como o diabo pelo catolicismo é constantemente associado ao mal em diversas leituras, até mesmo por alguns autores umbandistas do passado. Porém, o significado do mito Exu, tanto para a Umbanda, quanto para o Candomblé, vai muito além de tudo isso.
No Candomblé Exu é a figura mais humana dos orixás, senhor do princípio e da transformação. Exu é a ordem, aquele que se multiplica e se transforma na unidade elementar da existência humana. Exu não é totalmente bom, nem totalmente mau, assim como o homem: um ser capaz de amar e odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra. Sem ele os Orixás e humanos não podem se comunicar, pois Exu faz o papel de mensageiro com cada um dos demais orixás.
Domingo, dia 3, às 17h
“DANÇA DAS CABAÇAS – EXU NO BRASIL” (54min, 2008)
Dirigido por Kiko Dinucci, o filme passa pelas diversas vertentes das religiões afro-descendentes, dos candomblés (de tradição Nagô, Gege, Bantu), Tambor de Mina, passando pela Umbanda e Quimbanda. Dança das Cabaças-Exu no Brasil conta com participações de Sacerdotes e estudiosos.
Trazido pelos escravos com outros Deuses do panteão Yoruba, Exu foi colocado à margem e passou por um processo de demonização que se inicia na missão católica na África e se estende no período colonial brasileiro, onde seus atributos originais foram ocultados.
Exu que na África era caracterizado como o princípio da vida, a força que move os corpos, a dinâmica, o senhor dos caminhos e das encruzilhadas, a principal ponte entre os mortais e as divindades que habitam o além, passa a ser visto como a personificação do mal perante o modelo cristão, devido ao seu seu símbolo fálico e seu comportamento astucioso.
“As Cruzes e os Credos” também será exibido no domingo.
IMPORTANTE LEMBRETE:
Devido a problemas técnicos, o número do celular para contato com o Cine Odé e informações sobre a Van mudou. Passou a ser: (73) 98233-0022.
Para facilitar o acesso ao Terreiro de Odé, local da Mostra, o Cine Odé oferece uma Van para levar e trazer os interessados até o ponto de ônibus próximo. Para informações, ligue (73) 98233-0022. A entrada é gratuita.
CONVIDADOS ESPECIAIS
No sábado, dia 2 de julho, dois convidados especiais estarão presentes na sessão: José Nazau e Lourival Piligra. José Nazal é Fotógrafo e profundo conhecedor da história religiosa de Ilhéus. Foi amigo pessoal do fundador do Terreiro de Odé, Pedro Faria – e esteve na sessão de fevereiro do Cine Odé, quando falou sobre o solo sagrado do Bairro do Basílio. Lourival Piligra é professor e pesquisador no campo da Filosofia, além de poeta e escritor.
Mãe Carmosina confirmou presença na sessão do dia 3 de julho

Com mais de 90 anos dedicados ao trabalho espiritual, Mãe Carmosina é uma grande referência religiosa e cultural em Ilhéus e foi uma grande amiga de Pai Pedro, fundador do Terreiro de Odé. Ela nos dará a honra de sua presença na sessão de domingo, dia 3 de julho, no Terreiro de Odé, uma convidada mais do que especial. Na foto, Mãe Carmosina no Cine Santa Clara em 2015, quando foi exibido o curta “As Cruzes e os Credos”, de Fabricio Ramos e Camele Queiroz, pelo V FECIBA – Festival de Cinema Baiano. O filme compõe a programação de JULHO do Cine Odé e será exibido nos dois dias: sábado e domingo. (Fotos: FECIBA).
O Cine Odé – Cinema no Terreiro é uma realização do Bahiadoc – Arte Documento e teve apoio financeiro do Fundo de Cultura da Bahia, através do edital público de Agitação Cultural 2015 da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.
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